Hoje estou de poucas palavras.
Tenho medo de falar.
Contigo.
E comigo.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Ruptura
Falaste em ruptura. Em desentranharmo-nos um do outro, como se rasgássemos uma folha de papel em dois pedaços, como se roubássemos uma peça a um puzzle que para sempre ficará inacabado, incompleto. E eu quis dizer-te que é como se me pedisses para até ao fim dos meus dias não mais fruir um pôr-do-sol, um dia de praia ou um refresco numa esplanada... Como se roubasse o sal aos alimentos, a luz clara aos meus dias, o vento morno ao entardecer... Como se nunca mais me fosse permitido passear à beira-mar e respirar o perfume da maresia... Como se só pudesse ver filmes a preto e branco... Como se ficasse sem o riso solto e alegre de cada conversa... Como se nunca mais pudesse ouvir uma música que me encanta, ler um livro que me arrebata, dançar ao ritmo de uma cadência qualquer... Será que não compreendes? Não morrerei... isso não... mas serei um fantasma que se arrasta, uma sombra cheia de silêncio num mundo frio, escuro, áspero e sem sabor, vivendo apenas na esperança de te encontrar por acaso e gastando o tempo todo a recordar-te...
sábado, 15 de novembro de 2008
A sós contigo
Não elevaste nunca o tom de voz enquanto falavas, enquanto deixavas escorregar calmamente as palavras que soavam como balas certeiras no meu peito. E esse tom quase suave com que finalmente desabafavas as tuas dores, pesava como chumbo, pairava, enchendo todo o carro, roubando todo o ar de que o meu peito precisava para respirar. Quis senti-la eu, toda a tristeza que tu tinhas... Quis envolver-te nos meus braços, encostar-te a cabeça ao meu peito e afagar-te o cabelo macio... mas não podia ser... Não conseguias ter as minhas mãos entre as tuas, não te apeteceu o meu beijo, o meu abraço, a saudade que eu trazia escondida... Era como se de repente um mar aberto e infinito se atravessasse entre nós... Desejei mil vezes poder voltar atrás, riscar as circunstâncias, fazer tudo de maneira diferente... e no entanto, não era possível... Não era possível não te ter ferido...
Compreendo-te tão bem... Sinto-as tantas vezes, essas dores que me mostraste... Tens tanta razão na desilusão que sentiste, na frustração, na revolta, na solidão, que só lamento que não me tenhas deixado tocar-te o coração, que não me tenha sido possível proteger-te num abraço que te fizesse acreditar que se eu pudesse voltar atrás, mudava tudo só para não permitir que sofresses, só para que acreditasses que tu também és a bússula que me norteia a vida.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Fraquezas...
Fico danada quando vou às lágrimas assim tão pertinho de ti, sem poder disfarçar como se disfarça um sorriso ou uma dor de cabeça. E vês-me vulnerável, ficas de repente frente a frente com a minha fraqueza, com a minha fragilidade, eu odiando-me, cheia de raiva de mim, a um toque da tua pele, a um segundo do teu perfume.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Saudade
Estou insuportável. Impaciente, irascível, mal humorada, agressiva, rabugenta, impertinente, teimosa... e chata. Respondo mal a torto e a direito, corro toda a gente a monossílabos, poupo estupidamente nos sorrisos. Hoje eu não me recomendo. Quando me questionam, culpo as hormonas, o tempo, o trabalho e até as previsões dos signos... Mas eu sei porquê.
O pior é que eu sei porquê.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Em casa
É como se fosse uma casa... a nossa casa.
Quero entrar devagarinho e em silêncio, soltar as palavras que darão corpo e rosto aos sonhos, que matarão a fome de ti... É como uma casa cuja chave só nós possuímos, onde só nós entramos, onde pousamos a saudade e nesta urgência um do outro, ficamos a partilhar emoções e a abrir a porta de um outro mundo, um mundo só nosso, onde nos perderemos mil vezes para mil vezes nos encontrarmos...
Ali, longe dos olhares indiscretos, só existe a nossa voz sussurrando loucuras sobre este improvável amor. Só existe o prazer de ser livre e viver presa, apenas aos gestos e às palavras das tuas mãos...
sábado, 1 de novembro de 2008
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