Falaste em ruptura. Em desentranharmo-nos um do outro, como se rasgássemos uma folha de papel em dois pedaços, como se roubássemos uma peça a um puzzle que para sempre ficará inacabado, incompleto. E eu quis dizer-te que é como se me pedisses para até ao fim dos meus dias não mais fruir um pôr-do-sol, um dia de praia ou um refresco numa esplanada... Como se roubasse o sal aos alimentos, a luz clara aos meus dias, o vento morno ao entardecer... Como se nunca mais me fosse permitido passear à beira-mar e respirar o perfume da maresia... Como se só pudesse ver filmes a preto e branco... Como se ficasse sem o riso solto e alegre de cada conversa... Como se nunca mais pudesse ouvir uma música que me encanta, ler um livro que me arrebata, dançar ao ritmo de uma cadência qualquer... Será que não compreendes? Não morrerei... isso não... mas serei um fantasma que se arrasta, uma sombra cheia de silêncio num mundo frio, escuro, áspero e sem sabor, vivendo apenas na esperança de te encontrar por acaso e gastando o tempo todo a recordar-te...
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
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