sexta-feira, 22 de maio de 2009

A frio


Finalmente o silêncio. Apenas os sons da noite, tranquilos e rotineiros... Hoje termina agora, muitas horas que eu quero apagar, esquecer, eliminar do calendário dos meus dias. Queria poder removê-lo cirurgicamente, com bisturi e sem anestesia. A frio. A dor acompanhou-me em muitos momentos e este dia que termina sabe ao sal das minhas lágrimas, sabe a solidão, a cansaço e a frustração. Sabe a derrota. Hoje a cabeça dói-me e o coração descompassado dentro do peito, sufoca-me, obriga-me a encher o peito de ar... Porque hoje o ar que inspiro não me chega, como se estivesse a afogar-me... e talvez esteja. Os ombros curvam-se numa dor fina e incómoda, que alastra a todos os ossos do meu corpo. Mas sabe-me bem esta serenidade agora, este murmurar suave do computador, e lentamente o desespero do dia de hoje esvai-se e deixa entrar a paz... As estrelas estão azuis e tu estás aqui comigo.

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