Tento redesenhar a minha vida nesta folha em branco que são os dias que virão. Não consigo encontrar uma nota de cor, um traço seguro que me indique o rumo a seguir... É como uma música que nunca ouvi e não sei tocar, um insustentável silêncio depois da tua voz... Fecho-me em mim, guardando as memórias do que fomos num ninho donde não me apetece sair, longe duma vida que não quero viver. Não sei caminhar sem ti, sem o som dos teus passos nesta estrada solitária e dolorosamente silenciosa... Dentro de mim já não há mais nada, talvez só tristeza e mágoa, vazio e sombras... e a minha dor, encostada ao passado, ainda tão incrivelmente presente.
Tento resenhar a minha vida, colori-la de azul, como o mar e a noite que nos acolheram tantas vezes, as estrelas onde sempre nos sabíamos encontrar... mas a cor não nasce, teimosamente afoga-se no negro que há cá dentro e me encharca a alma. Ando às voltas perdida dentro de mim, tentando achar uma saída... Mas a vida não me apetece.
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