quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Amanhã talvez...

Será difícil imaginares, sequer sonhares, que ao longo do dia, enquanto trabalho, as minhas mãos, como seres independentes da minha vontade, amiúde vasculham a carteira com nervosismo disfarçado, revolvendo o caótico conteúdo para procurar o telemóvel. Quando o encontram, são os olhos que ansiosamente lêem o ecrã, à espera da frase tão desejada: "1 mensagem recebida". E sonho que é tua, que foste tu que num impulso saudoso, num incontrolável desejo, me digitaste palavras simples que me aquecem o coração, me incendeiam o sorriso. Sonho que és tu que vens assim iluminar o meu dia, encher-me os minutos de felicidade, beijar-me na frase simples espelhada no telefone. Mas o hábito de me mandares sms, perdeste-o há algum tempo... Talvez já não sintas necessidade de me falar a meio do dia... Porque é que então, teimosamente, continuo a sonhar? Porque continuo à espera de ti, assim, inusitadamente a meio do trabalho, porque continuo a desejar-te tanto a presença, porque continuo eu a precisar tanto da tua voz?
Se pudesses imaginar a desilusão doída que é voltar a guardar o tlm num inevitável desespero para não encarar o olhar mudo, trocista, quase desdenhoso do visor apagado que me traz por fim, de volta à realidade...
Mais um dia passou e tu não me desejaste a presença, mais um dia e eu não te apeteci...
Amanhã, talvez...

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