segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Da realidade

Vou minimizando cada vez mais tudo o que digo, vou reduzindo as frases, poupando as palavras, encurtando as sílabas, num esforço para que não me notem a presença, para não darem por mim.
E durante o dia tento não parar, evito a quietude para que a memória não me traga a dor de volta. Trabalho, limpo, lavo, aspiro, cozinho, arrumo, leio, cumpro... sou mãe, amiga, colega, filha, irmã, mulher e amante, num ritmo vertiginoso, de rajada, para não pensar...
Mas só sou feliz quando me sento aqui, sozinha, pouso as armas e dispo as máscaras... e neste silêncio fico a um minuto de ti.

Sem comentários: